08/11/2017

No Turbilhão





(A Jaime Batalha Reis)

No meu sonho desfilam as visões,
Espectros dos meus próprios pensamentos,
Como um bando levado pelos ventos,
Arrebatado em vastos turbilhões...

N'uma espiral, de estranhas contorsões,
E d'onde saem gritos e lamentos,
Vejo-os passar, em grupos nevoentos,
Distingo-lhes, a espaços, as feições...

— Fantasmas de mim mesmo e da minha alma,
Que me fitais com formidável calma,
Levados na onda turva do escarcéu,

Quem sois vós, meus irmãos e meus algozes?
Quem sois, visões misérrimas e atrozes?
Ai de mim! ai de mim! e quem sou eu?!...


Antero de Quental





7 comentários:

  1. Minha própria alma. É difícil descobrir.

    O bom senso funciona.
    Obrigado por sua visita sempre.

    Desejo a todos o melhor.
    Cumprimento

    Do Japão, ruma ❃

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  2. Bom dia
    Adoro os poema de "Antero de Quental" Boa escolha. Obrigada

    No nosso blogue, por lapso meu, saíram dois temas, caso pretenda ler os dois. Pedimos desculpas.

    Bjos
    Boa Quarta-feira

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  3. Como sempre aprecio o seu bom gosto nas escolhas que faz... Amei o poema.


    Beijinhos e um dia feliz.

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  4. Olá minha querida amiga espero que este tudo bem por aí, a vida nos ensina a dar passos que nos conduzem a horizonte longínquos e cada dia é sempre mais um degrau, agradeço a sua vista pois por aqui sem ver conseguimos saber a dimensão da verdadeira amizade.
    Beijinhos de luz e muita paz

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  5. Mais um excelente poema de Antero, que adorei apreciar e descobrir por aqui!
    Confesso, que não conheço a fundo, a sua obra...
    Beijinhos
    Ana

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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